Abordagem Sistêmica da Dor Lombar
A dor lombar está hoje presente em todas as nações industrializadas, atingindo níveis quase epidêmicos . Afeta de 70% a 80% da população adulta em algum momento da vida, especialmente adultos jovens em fase ativa. É a causa mais comum de limitação de atividades funcionais entre pessoas com menos de 45 anos, a segunda razão mais frequente para visitas médicas, a quinta causa de admissão hospitalar e a terceira de procedimentos cirúrgicos. Estudos sobre a prevalência de lesões em academias de ginástica mostra que a coluna lombar é o segmento corporal mais citado, afetando entre 58% e 67% dos alunos, dependendo da modalidade de exercício praticada.
Programa
do curso ASDL
1. Epidemiologia
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Incidência e
prevalência de dor lombar na população geral.
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Impactos
econômicos e sociais.
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Classificação das
lombalgias.
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Fatores de risco:
psicossociais, mecânicos e pessoais.
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Recuperação
espontânea e recorrência.
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Deficiências dos
modelos tradicionais de tratamento e prevenção da dor lombar.
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A importância de
uma visão sistêmica.
2. Etiopagenia
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Revisitando
aspectos anatômico-funcionais da coluna lombar.
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Mecanismos
específicos de lesão e tecidos acometidos (platôs vertebrais, corpo da
vértebra, disco intervertebral, facetas articulares, ligamentos e músculos).
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Dor lombar e
controle motor: padrões alterados de controle motor como causa e/ou
consequência da dor lombar.
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Principais padrões
de inibição muscular associados às dores lombares (disfunções pélvicas,
toracolombares e diafragmáticas).
3. O modelo sistêmico de avaliação clínica
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Anamnese
(identificando o paciente, sua motivação para o tratamento, estilo de vida,
fatores ocupacionais e ergonômicos, o mecanismo desencadeador da lesão, as
características da dor, o histórico clínico, etc).
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Observação dos
padrões posturais e movimentos espontâneos do paciente.
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Avaliação postural
com foco nas inibições musculares (identificando os padrões de torção pélvica e
de desalinhamento toracolombar)
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Observação dos
padrões fundamentais de movimento (ritmo lombo-pélvico, ritmo escapulo-umeral,
agachamento, alternância de apoio, marcha, etc).
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Testes de
“provocação da dor” (identificando tecidos lesionados através de desafios
mecânicos e neurais).
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Avaliação do
padrão de respiração e da função postural do diafragma.
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Ausculta
miofascial global com o paciente em pé e sentado (identificando o
“desequilíbrio prioritário” ou “elo fraco” das cadeias cinéticas).
Ø Integrando as
informações da avaliação e definindo como iniciar a abordagem terapêutica:
paciente em prono ou supino.
4. Laboratório prático I: O centramento da pelve
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Ausculta sacral
(diferenciando disfunções estruturais, neurais e viscerais).
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Palpação dos
ligamentos pélvicos (iliolombar, sacroilíaco, sacroespinhal e sacrotuberal).
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Palpação do plexo
sacral e do nervo ciático.
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Testes manuais dos
músculos isquiotibiais, rotadores externos e internos do quadril e glúteo
máximo (correções iniciais).
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O uso do feedback muscular para identificar
“falhas” articulares (fixações) e ligamentares (distorções neurossensoriais) na
região lombo-pélvica.
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Técnicas de
manipulação e mobilização das estruturas (articulações e ligamentos) lombopélvicas
e do nervo ciático.
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Reteste dos
músculos previamente inibidos (ancorando os resultados das manobras e
reforçando as correções).
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O uso dos pontos
de comando da “locomoção reflexa” para consolidar o Centramento da Pelve.
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A experiência do
“apoio no Hara”.
5. Laboratório prático II: Restaurando o padrão extensor
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Observando o
padrão de extensão toracolombar, testando e corrigindo disfunções dos músculos
eretores espinhais globais (parte lombar e parte torácica).
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Exercício básico
de extensão: treino de apoio com elevação do tórax e auto-crescimento.
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A postura do bebê
de 3 meses ou “postura da esfinge”.
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A técnica de
extensão passiva de McKenzie (indicações, aplicações e riscos).
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Testando a
estabilidade lombar e os eretores espinhais locais (multífido lombar) através
do padrão de “alcance”.
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O uso do feedback muscular para identificar
“falhas” articulares (fixações e subluxações), ligamentares e neuromusculares
na região lombar.
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Técnica básica de
manipulação e mobilização da coluna lombar (diálogo neurossensorial com
assistência da respiração).
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Reteste dos
multífidos (ancorando os resultados das manobras).
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O treino do
alcance com alternância do apoio (padrão contralateral).
6. Laboratório prático III: Restaurando a estabilização sagital
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Testando os
flexores do pescoço e desafiando e corrigindo a “falha atlanto-occipital”.
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Testando o
diafragma (função respiratória) e os abdominais (retos, oblíquos e transverso).
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A correção funcional
do diafragma (técnicas miofasciais e neurais, incluindo a manipulação do nervo
frênico).
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Avaliando a função
postural do diafragma e o nível de estabilidade do core.
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Prescrevendo
exercícios adequados ao nível de estabilidade do cliente.
7. Laboratório prático IV: Exercícios de estabilização sagital
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Experimentando
respiração natural ou diafragmática
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Dissociando a
função postural do diafragma (ativando o core)
e reassociando a função respiratória.
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Postura do bebê de
5 meses.
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Dissociando os
movimentos das extremidades.
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A ponte bilateral.
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Postura do bebê de
6 meses.
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O padrão de rolar.
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A ponte
unilateral.
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Exercícios
avançados seguindo os padrões do neurodesenvolvimento.